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O que é Teimosia? Entenda essa característica

Perceber o que é teimosia e o quanto ela pode ser danosa é um passo importante para encontrar a paz

Atualizado em

Você tem bem claro em sua mente o que é teimosia? O significado da palavra é conhecido, mas nem sempre é feita uma análise profunda sobre o que esse sentimento significa.

São muitas as pessoas que se dizem teimosas e até gostam de ser reconhecidas como tais. Outras são muito teimosas, mas não se reconhecem assim e buscam justificativas para permanecerem em um determinado comportamento ou opinião desgastada e infrutífera.

A teimosia vai muito além de uma característica de personalidade. Neste texto, vamos abordar o que é teimosia, o que está por trás desse comportamento e o quanto manter-se insistente pode ser prejudicial em sua vida.

Afinal, o que é teimosia?

A teimosia não é inocente e muito menos engraçada. Aqui, não falamos da teimosia infantil, aquela em tom de birra, que deseja provar que algo pode dar certo mesmo que tudo indique o contrário. 

Insistir em sair com uma roupa leve quando o clima não é favorável ou teimar que consegue consertar um relógio sem ter a menor ideia de por onde começar são exemplos de teimosia infantil.

Nesta abordagem, a resposta para o que é teimosia vai mais além. Falamos sobre aquela insistência em conservar uma postura que não está funcionando e, ainda assim, acreditar que vai alcançar o inalcançável.

Mais do que uma perda de tempo, adotar essa atitude machuca, seja você ou a outra pessoa envolvida. Às vezes, parece que isso está longe da nossa realidade, mas não está.

Confira o que é teimosia que machuca:

  • Se afundar em relacionamentos tóxicos com a convicção de que é possível fazer o agressor mudar. 
  • Entrar em embates verbais intermináveis por pensar que são capazes de fazer o oponente mudar de opinião. 
  • Não se conformar que alguém não compreenda seu ponto de vista e se desdobrar incansavelmente para clarear o pensamento do outro.

Nos três exemplos, a pessoa teimosa perde horas de conversa em looping, se desgastando e desgastando a relação sem chegar em lugar algum. E, mesmo assim, ela insiste.

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O que move a pessoa teimosa

Se a teimosia faz mal, por que há quem insista nesse comportamento? A dificuldade que a pessoa teimosa tem em admitir que já ultrapassou os limites do razoável pode esconder dificuldades mais profundas. Uma delas, talvez, seja o orgulho. 

Nesse caso, existe a necessidade de provar que ninguém pode ser mais sagaz ou mais convincente. A pessoa teimosa tem certeza de que seus argumentos são lógicos, claros e racionais.

E, nessa insistência, ela vai se consumindo, desenvolve táticas de retórica, busca exemplos e metáforas para se fazer compreender. A ideia é trazer as demais para o seu campo de entendimento.

O que é teimosia obsessiva?

Quando esse traço de personalidade é levado a extremos, o resultado pode ser também uma consequência extrema. 

A teimosia obsessiva faz com que o indivíduo tenha muita dificuldade de “jogar a toalha” e reconhecer que suas estratégias não estão surtindo o efeito desejado. É um sofrimento constante porque acreditam que um dia vão alcançar seu objetivo.

Mesmo assim, a pessoa com teimosia obsessiva não considera buscar sua própria paz. Para ela, desistir é como perder sua identidade. Pode, por exemplo, passar anos insistindo numa profissão para a qual não tem vocação ou se mantendo em um relacionamento perturbador. 

Tudo isso porque acredita que existe um meio de provar que está certa e que, um dia, vão reconhecer que ela tinha razão. A teimosia, aqui, a impede de perceber que desistir pode representar sua libertação.

Com esse comportamento, se perde um tempo precioso com infelicidade, mágoas, exaustão emocional, estresse psicológico e até depressão. A pessoa perde a mão. Perde o bom senso. Se perde de si mesma.

Por isso é preciso saber o momento de parar. É fundamental reconhecer que não temos poder sobre outras pessoas. Caso contrário, o comportamento obsessivo pode ser destruidor.

De toda forma, é bom destacar que cada um tem seu tempo para concluir o quão inútil é permanecer na insistência. Mas… como saber sem vivenciar? Tudo pode depender também se o que está em jogo é algo tão fundamental que valha a pena ir até o limite da exaustão emocional.  

Quem é o oponente da pessoa teimosa?

A teimosia precisa de um antagonismo. Quando encontra seu oponente de inteligência compatível com a sua em argumentação, a pessoa teimosa cai em uma relação destrutiva, agressiva e torturante.

Vale lembrar que este oponente não é, necessariamente, outra pessoa teimosa. Normalmente, é alguém que não ouve nada além da própria voz. Que está tão fechado em seus valores e convicções que se torna impenetrável, por mais lógicos ou sensíveis que sejam os argumentos do seu interlocutor. 

O oponente se julga certo sempre, acredita que nunca erra e sequer consegue ouvir o que o outro lado tem a dizer. Normalmente, só ouve o que lhe convém ou o que se alinha com seus pensamentos.

O oponente da pessoa teimosa quer ver seu ponto de vista aceito e deseja que ela se curve aos seus desejos. Ou seja, não há argumento possível para um diálogo, pois sempre haverá a busca pela validação integral. 

É como discutir com uma pedra. Assim, o que é teimosia passa a ser um tormento para quem insiste nesse comportamento.

Desistir não é humilhação

Ao contrário do que costumamos ouvir, aqui, a melhor indicação é a desistência. Nesse caso, esta atitude é uma libertação.

Quando desiste, a pessoa teimosa vence um inimigo interior: sua própria teimosia. Nesse momento, ela aceita que não pode mudar alguém que tenha ideias e conceitos cristalizados.

É na desistência que ela recobra seu juízo, reconhece sua inteligência, resgata sua paz. Desistir de convencer alguém sobre seu ponto de vista depois de incansável argumentação, seja no campo político, profissional ou pessoal, é libertador. 

Não há como libertar o oponente de sua hipnose, simplesmente porque ele não quer. Cessando os argumentos inúteis, a pessoa teimosa estará se libertando de sua teimosia e pronta para semear em terrenos férteis.

Como encontrar paz quando é difícil controlar os sentimentos?

Celia Lima

Celia Lima

Psicoterapeuta holística com abordagem junguiana há mais de 30 anos e pós graduanda em Psicologia da Saúde e Hospitalar pela PUC-PR. Utiliza os florais, entre outras ferramentas como método de apoio ao processo terapêutico, como vivências xamânicas, buscando um pilar metafísico para uma compreensão mais ampla da vida, da saúde física e emocional.

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