Neurônios no coração?
Exercício para melhorar coerência cardíaca traz bem-estar
Por Giovana Tessaro
Nosso coração possui um conjunto de 40 mil neurônios, um “minicérebro”. Este conjunto torna o coração sensível e capaz de adaptar seu comportamento de acordo com suas percepções. O coração reage ao que percebe, influenciando todo o corpo, inclusive, o cérebro.
O “tum-tum” do nosso coração tem tanto as batidas que aceleram nosso funcionamento quanto as batidas que procuram brecar o aceleramento. O equilíbrio entre estas batidas chama-se coerência cardíaca: “Quando o ritmo de variabilidade do coração é forte e saudável, as fases de aceleração e redução alternam-se com rapidez e regularidade. Há uma coerência na variabilidade do ritmo cardíaco, diferente do caos.” Esta é a definição de Davi Servan-Shreiber, neuropsiquiatra. Ele ainda diz que se só mantivermos a vida em estresse, com o pé no acelerador, o breque fica fraco. Um coração saudável precisa do equilíbrio entre acelerador e freio, o que pode ser conseguido através de hábitos saudáveis e exercícios. David Schreiber ressalta: “Estresse é possivelmente um fator de risco muito maior para as doenças cardíacas do que o fumo.”
“Quando o cérebro emocional não está funcionando bem, o coração sofre e se desgasta. Mas, a mais espantosa descoberta de todas é que essa relação funciona em mão dupla. O funcionamento correto do coração acaba por influenciar nosso cérebro também: sistema cardíaco-cerebral”. Quanto maior a coerência cardíaca maior o ajuste entre cérebro e resto do corpo, portanto, maior a sensação de bem-estar, equilíbrio da pressão arterial, tranquilidade e ainda retardo parcial do envelhecimento.
Em seu livro “Curar…” David Servan-Schreiber apresenta um exercício simples para melhorar o “tum-tum” do nosso coração:
- Em um local agradável, longe de interrupções, coloque sua atenção na respiração. Inspire e expire profundamente uma vez. Faça uma pausa de alguns segundos na respiração e depois inspire e expire profundamente mais uma vez. Repita esta sequência até que sua respiração fique mais estável
- Mantenha sua atenção na região do coração por uns 15 segundos
- Imagine que você está respirando através do coração (se isso for difícil, imagine que está respirando do centro do seu peito).
- Lembre-se de algum sentimento ou imagem agradável.
O coração enviará para o cérebro emocional a mensagem de que tudo está em ordem e, assim, ele poderá trabalhar melhor e com mais eficiência. O resultado clínico desse exercício é: diminuição do estresse, fadiga e depressão, diminuição da hipertensão, melhora da concentração e memória e sensação de bem-estar.
Psicóloga clínica e terapeuta em EMDR e Brainspotting, técnicas que estimulam mecanismos de cura e criatividade do cérebro e destacam-se pela eficácia e agilidade.
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