Curar sua criança potencializa o seu eu adulto
O que vivemos na infância impacta toda a nossa vida e é importante curarmos as feridas que foram abertas naquela fase
Por Karina Miotto
Já dizia Freud e Jung, o que a gente vive na infância impacta o resto dos nossos dias. É tão importante olharmos pra isso! Não basta sabermos, racionalmente, que nossos pais deram o seu melhor, que estavam em desequilíbrio, que não sabiam o que estavam fazendo quando te trataram de uma determinada forma. Por alguma razão (que nem Freud explica!), essa criança que fomos, principalmente dos 0 aos 7 anos, continua com sua energia viva e atuante em nosso subconsciente.
Nossos pais são nossos máximos heróis quando somos pequenos – não importa o quão cheios de luz ou sombras. Eles eram considerados nossos reis e rainhas, o que eles falavam e sentiam era tomado por nós, crianças, como verdade absoluta e o que eles nos diziam impactou profundamente o nosso subconsciente.
Sendo assim, se você por alguma razão não se sentiu vista, se sentiu rejeitada, abandonada, criticada, cobrada, essas dores permanecem aí dentro, no seu nível subconsciente. E você, quando adulta, passa a atrair diversas situações pra continuar sendo…rejeitada, cobrada, abandonada, criticada.
Sua criança interior precisa de atenção
Pode parecer loucura tudo isso, mas fato é que a gente atrai aquilo que emana. Então, se a ferida ainda não foi completamente curada, emanamos a energia dessa dor. E pela lei da atração que a física quântica explica passamos a atrair situações energeticamente compatíveis com nossas dores. Aí existe uma oportunidade maravilhosa: a de enxergar o que o universo estampa bem na nossa cara. “Ei, tem essa dor aqui, olha pra ela”.
Quando olhamos pra dor, saímos da lama, da areia movediça, da zona de conforto, e enfrentamos o desconforto de nos depararmos com lembranças que podem nos fazer chorar, sentir tristeza, vazio, raiva. Mas sabe o que? Esse é o caminho para a nossa libertação, amigos. Passamos a enxergar e a acolher esses momentos com mais carinho e compaixão por nós mesmos.
Eu tenho dito que para sermos bons ativistas e agentes de mudança seja de que causa for, é essencial que a gente se acolha primeiro. Que nos curemos, nos fortaleçamos – e olhar com carinho pra criancinha que um dia fomos e que, de novo, continua viva e atuante em nosso subconsciente é a pedra fundamental de um longo, bonito e libertador processo de cura.
Com meu trabalho como facilitadora de processos de autotransformação, observo o quão lindo e libertador é quando alguém decide se encarar com amorosidade, sem julgamento e mergulhar em lembranças da infância. Nessa fase da vida, ficam claras nossas dores e nossas fortalezas. É na infância que manifestamos nossa essência mais pura – o que é uma chave e tanto para descobrirmos o quanto estamos alinhados ou desalinhados em nossa vida adulta – em relação a relacionamentos, profissão, estado emocional como nível de entusiasmo, entre tantas outras coisas.
Esse tema rende muitas conversas e quero finalizar esse artigo com algumas perguntas para você se fazer. Antes, coloque uma boa música para tocar, acenda uma vela, um incenso, algo que te faça sacralizar esse momento de alguma forma.
Local arrumado, vamos lá:
- Quando você pensa em sua infância, qual memória vem primeiro na sua cabeça?
- Como você se sente em relação a essa memória?
- Após essas lembranças, imagine-se abraçando sua criança, fale o quanto você a ama e está ao lado dela. Será um belo reencontro com você mesmo.
- Escreva a experiência que teve. Dê o primeiro (ou o próximo) passo.
A cura da criança interior pode durar uma vida inteira. E essa é uma das medicinas mais importantes para nos colocar no caminho da brilhante potência que nascemos para ser.
Você consegue perceber a relação entre a importância de sua atuação no mundo e a cura de sua criança interior?
Karina Miotto é mestre em Ciência Holística, facilitadora de vivências em ecologia profunda, sustentabilidade e reconexão. Realiza processos vivenciais com a missão de reconectar as pessoas ao seu poder pessoal através do contato com a natureza. É fundadora do movimento Reconexão Amazônia e ativista pela floresta com atuação em grandes ONGs nacionais e internacionais.
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