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Alimentação Viva valoriza vigor dos alimentos

Entenda benefícios de comer germinados, brotos e crus - com receitas

Atualizado em

Iniciei minha pesquisa e prática da Alimentação Viva em 2005, motivada pelo desejo de viver um estilo de vida mais sadio, ecológico e sereno, mesmo na realidade urbana. Motivada por depoimentos de praticantes e orientações de médicos adeptos, comecei a consumir os sucos vivos e muito rapidamente percebi os benefícios na minha saúde. Estabeleci um novo diálogo com o meu corpo e compreendi que a alimentação que pratiquei a vida toda era a fonte principal dos meus problemas de saúde, como intolerância alimentar, alergias respiratórias, insônias e dores de cabeça constantes. Hoje, como praticante dessa dieta 100%, vivo com muita mais saúde e disposição física.

Mas o que é Alimentação Viva? É uma dieta altamente vitalizante e desintoxicante, que “organiza” a vida no corpo, facilitando os processos naturais de desintoxicação. Em poucos dias, o novo praticante é capaz de perceber seus benefícios como: maior disposição física, melhor qualidade de sono, entusiasmo de viver, melhor visão e clareza de pensamentos, redução de apetite para alimentos de difícil digestão, bem-estar, melhor humor. Ao longo da prática da dieta, é bastante comum que ocorra redução de peso e de problemas de pressão arterial, além de diabetes e outras doenças.

Por que viva?

A alimentação é chamada desta forma pois valoriza a vitalidade presente nos alimentos e, por isso, é baseada na ingestão de sementes em processo de germinação, brotos de cultivo caseiro e vegetais crus. Na Culinária Viva, esses alimentos são preparados livres de cozimento, resfriamento, processados e derivados – para que a vitalidade seja preservada.

É na idade de semente em germinação que a planta apresenta maior vitalidade. Enquanto germina, ela inicia sua autodigestão, consumindo suas reservas de gorduras e produzindo enzimas digestivas que facilitam a digestão pelo corpo. Sendo assim, quando consumidos crus e frescos, esses vegetais preservam a vida e seus nutrientes integramente.

A essa altura alguém pode até pensar: “como pode? Só comer salada? E como ser feliz assim?”. Se esse for o seu caso, relaxe. O melhor ainda está por vir! A Culinária Viva cria pratos que imitam o formato das comidas que conhecemos na culinária convencional, porém sem usar o cozimento para modificar o alimento. É possível comer pizza, por exemplo. A versão viva, bem mais light, é preparada com uma massa de trigo germinado e sal, levemente desidratada. No lugar do queijo, podemos usar uma ricota de sementes germinadas ou outras variações de sabores como rúcula, tomate seco e fughi secci, além de pizzas doces.

O desafio está em desenvolver habilidades nessa nossa modalidade culinária. Para facilitar esse caminho, o praticante deve adaptar o corpo para a nova dieta, aumentando a oferta de alimentos crus, começando com formas de preparo muito simples. Especialmente por meio da ingestão de sucos coados e receitas líquidas, que são de fácil assimilação pelo organismo. Eles nutrem e dão força ao corpo, que responde buscando alimentos de mais fácil digestão. A energia que antes era desperdiçada com a digestão fica disponível para ser usada na realização de novas tarefas, como preparar a sua própria comida, por exemplo.

Nos meus artigos, vou semear ideias e receitas bem temperadas com a alegria de viver uma relação de harmonia, confiança e cuidado com o corpo e tudo à volta, descobrindo novos e surpreendes sabores dos alimentos crus na Culinária Viva. Apresentarei as receitas como caminhos para desenvolver a criatividade, através das técnicas nada convencionais de preparo do alimento, que dispensa o fogão e a geladeira.

Recomendo as pessoas que tenham interesse numa mudança alimentar que busquem uma orientação profissional, que façam uma introdução gradual do alimento vivo na sua dieta cotidiana, com serenidade e praticando a escuta atenta ao seu corpo. Finalmente, que compartilhem os resultados com seu médico e nutricionista de confiança.

Agora vamos falar de comida?

Problemas como alergias, intolerâncias alimentares e respiratórias, relacionados ao consumo de leites de origem animal e industrial têm sido cada vez mais comuns, especialmente nas crianças. Por esse motivo, é crescente o número de pessoas que têm buscado consumir leites alternativos. Em tempos de despertar para o consumo consciente, muita gente também vem aderindo a um estilo de vida mais ético em relação aos animais e ao planeta, buscando alternativas sadias.

Glossário germinado

Coador de suco: são círculos de voil, feitos com elástico rabo de rato, que você pode fazer na sua casa. Sugiro que o primeiro você compre, para ter o modelo em casa. O produto pode ser encontrado aqui.

Cruzinha Viva: significa a cozinha onde os alimentos são preparados “crus”. É comum entre chefes, educadores e praticantes, brincar com as palavras nesse sentido. Divirta-se você também.

Nesse cenário, os leites de sementes germinadas surgem como uma alternativa vegetal, rica em enzimas digestivas, com baixo nível de gorduras e de fácil digestão e assimilação pelo corpo. O leite de Amêndoas Germinadas, por exemplo, é muito apreciado por seu paladar e textura suaves. Podendo ser misturado com a fruta da sua preferência. Sugiro que provem na forma de uma deliciosa vitamina viva de manga.

As sementes de amêndoas na Índia são conhecidas como um alimento que faz bem para o cérebro. Na China, são vistas como símbolo de resistência à tristeza e também são associadas à beleza feminina. Na cultura asiática, o consumo dessa semente foi associado aos grandes benefícios medicinais.

Confira abaixo algumas receitas usadas na Alimentação Viva.

Leite de Amêndoas Germinadas – adoçado

Ingredientes:

  • ¾ de xícara de amêndoas cruas sem sal
  • 2 xícaras de água filtrada
  • 1 maçã (com casca e sem sementes), ou 1 colher de mel ou 1 punhado de frutas secas (passas claras não alteram a cor da bebida).

Preparo:

  • Germine as amêndoas, deixando-as de molho em água limpa por 24 horas.
  • Depois jogue fora a água. Liquidifique as amêndoas germinadas com nova.
  • Água filtrada e o “adoçante natural” que escolheu acima (frutas secas, mel ou maçã).
  • Quando obtiver uma textura bem homogênea, coe a mistura em um pano ou coador de sucos, apertando com as mãos.
  • Vale até polvilhar uma canela em pó.
  • Prove silenciosamente e ouça seu corpo fazer: hummmm! Esse “mantra espontâneo” é o sinal de que ele ficou feliz!

Vitamina de Manga com Leite de Amêndoas

  • Depois de coar o leite de amêndoas, como ensinado acima, coloque-o no copo do “liquidificamor” (um jeito mais amoroso de nos referirmos ao bom e velho eletrodoméstico, trocando “dor” por “amor”).
  • Acrescente uma manga “perfumada”, madura e doce, picada em pedaços, sem casca!
  • Repare se você naturalmente vai ouvir seu corpo repetir o mantra: “huuummm”, de modo mais intenso ainda. Pois essa bebida fica ainda mais gostosa.
Juliana Malhardes

Juliana Malhardes

É chef de Culinária Viva, fundadora da Escola Digital de Culinária Viva para o dia a dia. Orienta pessoas no Brasil e no exterior, por meio de aulas sobre o assunto.

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